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Brasão da Universidade Federal do Ceará

Universidade Federal do Ceará
Programa de Pós-Graduação em Letras: Literatura Comparada

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Robert Brose Pires – (Permanente)

Robert Brose Pires – Dr./USP (2014)
Estágio Pós-Doutoral/University of Oxford(2020)
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5686148504443158
Linha de Pesquisa 1 – Literatura/s, Linguagens e Outras Poéticas

Linha de Pesquisa 3 – Literatura. Mito. Outros Saberes.

E-mail: robert.de.brose@ufc.br

Projeto: PÍNDARO – ODES NEMÉIAS E ÍSTMICAS E FRAGMENTOS: ESTUDO, TRADUÇÃO E NOTAS.

Descrição: Píndaro (c. 522-443 a.C.) é o único dos nove líricos canônicos cuja produção poética nos foi relegada com maior abundância seja por meio de uma transmissão manuscrita direta ou indireta ou, ainda, por meio de achados papiráceos. De fato, temos os quatro livros de epinikioi, ou “canções de celebração de uma vitória atlética”, praticamente completos; dos treze livros restantes, catalogados pelos bibliotecários de Alexandria, foram-nos preservados ainda muitos outros fragmentos de significativo tamanho e importância para todos os gêneros poéticos a que se dedicou (hinos, peãs, ditirambos, partenéios, hiporquemas, encômios, trenos e incerta). Sua poesia, além do evidente valor estético, já reconhecido e celebrado desde a Antiguidade, é uma fonte riquíssima, e muitas vezes única, de informações sobre vários aspectos da cultura grega, sobretudo nos campos da História, Historiografia e Geografia (principalmente das colônias do oeste, na Magna Grécia), práticas rituais e de culto, Eortologia, Mitologia, Música e etc. que servem não apenas ao crítico literário mas a qualquer especialista dessas e de outras áreas do conhecimento relacionadas à Grécia arcaico-clássica. Píndaro ocupa, além disso, um papel central dentro do cânone literário ocidental e suas canções de vitória influenciaram escritores e tradutores, antigos e modernos, a começar por Horácio, ainda no período romano, passando por Pierre de Ronsard (1524-1585), Grabriello Chiabrera (1552-1638), John Milton (1608-1674) e, obviamente, Friederich Hölderlin (1770-1843), entre muitos outros.

Apesar dessa enorme influência, Píndaro continua largamente desconhecido ou ignorado pelo público em geral no Brasil devido à falta de uma tradução completa e anotada em Língua Portuguesa, situação que a presente pesquisa pretende remediar, dando continuidade ao trabalho de tradução e anotação de todo o corpus pindarico iniciado em 2014, com a obtenção do edital Universal. No que se segue, delineio um projeto de pesquisa sobre a poesia e a poética pindárica bem como sobre as possíveis estratégias de tradução de sua obra para o vernáculo, levando em consideração o fato de que considero Píndaro, junto com outros especialistas (Barker (1997); Nagy (1990); Wells (2009); Brose, (2014)), um poeta conceitualmente oral (isto é, cuja poesia é “literatura”, stricto sensu, apenas do ponto de vista da mídia, pela qual foi fixada; mas oral do ponto de vista da poética, estrutura e linguagem) e que, portanto, minha tradução de sua obra deve levar em consideração esse caráter oral de sua poesia e as características associadas a esse tipo de produção, além da importância da ocasião e os cenários de performance, aspectos já discutidos extensivamente em Brose (2016). A tradução também irá fornecer um comentário, um glossário de nomes e uma bibliografia completa que auxilie futuros pesquisadores.

Esse projeto dá continuidade tanto à pesquisa desenvolvida com auxílio financeiro do Edital Universal 2014, quanto aquela iniciada em meu doutorado (Brose 2014), cuja tese foi contemplada com o prêmio de “Melhor Tese de 2014” pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sendo, posteriomente, publicada pela editora Humanitas na coleção “Produção Premiada” (Brose, 2016). Nessa fase da pesquisa, pretendo traduzir e anotar o livro de Neméias e de Ístmicas.

Palavras-chave: Literatura Comparada; tradução; epinícios pindáricos; lírica grega; Píndaro.

 

Área temática – Poesia Comparada: essa área contempla o estudo comparativo e a recepção de poesia, seja intralinguístico (dentro da mesma língua), seja por meio da tradução, no caso de línguas diferentes. São aceitas propostas de pesquisas em qualquer língua na qual o candidato seja proficiente, exceto nos casos de poesia clássica, que devem ser cadastradas na área temática “Tradução e Recepção dos Clássicos”. Enquadram-se nessa área temática pesquisas sobre tradução de poesia oral, com especial ênfase para formas musicadas, como letras de música, ópera, teatro tradicional etc.
  • ALI, Manuel Said. Versificação portuguesa. Prefácio de Manuel Bandeira. São Paulo: Edusp, 1999.
  • BENJAMIN, Walter. A tarefa do tradutor. In: Sobre arte, técnica, linguagem e política. São Paulo: Brasiliense, 1985.
  • CAMPOS Haroldo de. A arte no horizonte do provável. São Paulo: Perspectiva, 1969.
  • —————————- . Metalinguagem – Ensaios de teoria e crítica literária. São Paulo: Perspectiva, 1979.
  • EAGLETON, Terry. How to Read a Poem. Malden, MA: Blackwell Publishing, 2007.
  • FINNEGAN, Ruth. Oral Poetry: Its Nature, Significance and Social Context. Cambridge: Cambridge University Press, 1977.
  • HOLMES, James S. “Forms of Verse Translation and the Translation of Verse Form.” In: Translated! Papers on Literary Translation and Translation Studies. Amsterdam: Rodopi, 1988.
  • MINER, Earl Roy. Comparative Poetics: An Intercultural Essay on Theories of Literature. Princeton, NJ: Princeton University Press, 1990.
  • TOLEDO, Dionísio de Oliveira (org.). Teoria da literatura: formalistas russos. Tradução de Ana Mariza Ribeiro Filipouski. Prefácio de Boris Schnaiderman. Porto Alegre: Globo, 1971.
 
Área temática – Tradução e Recepção dos Clássicos: Essa área temática agrega trabalhos sobre a tradução e a recepção dos clássicos em seu sentido lato, isto é, não só de obras da Antiguidade greco-latina mas também de outras tradições clássicas, com especial ênfase para as tradições védico-sânscrita, nórdica, árabe, hebraica, chinesa, japonesa etc. É essencial que os proponentes de projetos de pesquisa nessa área tenham domínio da língua da tradição em que pretendem desenvolver pesquisa.
  • BROSE, Robert de (org.). Pervivência clássica: interfaces entre tradução e recepção dos Clássicos. Belo Horizonte: Editora Moinhos, 2019. 165 p.
  • CALVINO, Italo. Por que ler os clássicos? Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
  • CARNE-ROSS, D. S. Classics and Translation: Essays. Lewisburg, PA: Bucknell University Press, 2010.
  • HARDWICK, Lorna; STRAY, Christopher (eds.). A Companion to Classical Receptions. Malden, MA: Wiley-Blackwell, 2008.
  • JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994.
  • LIANERI, Alexandra; ZAJKO, Vanda (orgs.). Translation and the Classic: Identity as Change in the History of Culture. Oxford: Oxford University Press, 2008.
  • MARTINDALE, Charles; THOMAS, Richard (eds.). Classics and the Uses of Reception. Malden, MA: Blackwell Publishing, 2006.
  • WEST, M. L. Poesia e Mito Indo-europeus. Araçoiaba da Serra: Mnema, 2023.
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