Fernanda Suely Muller (Permanente)
Fernanda Suely Muller – Dra./USP (2011)
Estágio Pós-Doutoral/USP (2013)
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8581700927396328
Linha de Pesquisa 2 – Literatura: Tradição e Inovação
E-mail: fernanda.muller@letras.ufc.br
Projeto: Em torno d’ “O Pão…” da Padaria Espiritual (1892-1898): apontamentos da “presença portuguesa” na imprensa literária cearense
Descrição: No último quartel do século XIX, com o desenvolvimento de “Academias literárias” em Fortaleza e de suas respectivas publicações como disseminadores das ideias desses órgãos, a vida literária produzida no estado começa a ter grande repercussão (inter)nacional. Especialmente a partir da fundação da Padaria Espiritual e da publicação de seu “Pão” (1892-1898), percebemos que o movimento cultural cearense, que teve na literatura um dos seus principais expoentes, desperta a atenção dos homens das Letras no Brasil e estrangeiro, configurando-se como um caso muito particular no cenário literário nacional. Embora tivesse privilegiado em suas páginas a literatura/temas nacionais, seja através pela adoção, por parte de seus “padeiros”, de pseudônimos de origem indígena ou sertaneja ou pelo projeto da organização de um “cancioneiro” da literatura popular produzido na região, o movimento de “ares vanguardistas” apresenta ainda um relacionamento “curioso” com alguns escritores portugueses do período. Em uma leitura preliminar acerca da fortuna crítica sobre o movimento, percebemos que alguns escritores portugueses, tais como Guerra Junqueiro, Antero de Quental, Teófilo Braga, Eça de Queirós, Antônio Nobre e até mesmo Abel Botelho foram presença constante no periódico O Pão, seja através da referência direta à suas obras e ao projeto literário-social empreendido pela chamada “Geração de 70” ou pela colaboração efetiva de alguns deles como Joaquim de Araújo. Diante do exposto, neste trabalho pretendemos investigar e analisar criticamente a “presença portuguesa” nas páginas do periódico O Pão, procurando mapear algumas possíveis influências lusitanas nessa publicação, tanto pelo programa literário combativo proposto pelo grupo realista ou quanto pela percepção direta de confluências de temas comuns de alguns poetas específicos, como Antônio Nobre ou Guerra Junqueiro. Como parece haver uma demanda de estudos acerca das relações luso-brasileiras na imprensa literária produzida/veiculada no Ceará naquele período, em um segundo momento pretendemos ampliar o corpus da pesquisa e verificar se em outros periódicos publicados na mesma época tais como a Revista Iracema e Revista da Academia Cearense, por exemplo, também houve esse diálogo e em quais condições ele foi estabelecido.
