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Universidade Federal do Ceará
Programa de Pós-Graduação em Letras: Literatura Comparada

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Marcelo Almeida Peloggio – (Permanente)

Marcelo Almeida Peloggio – Dr./UFF (2006)
Estágio Pós-Doutoral/UERJ (2018)
Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/0264933610459240
Linha de Pesquisa 3 – Literatura. Mito. Outros Saberes
E-mail: peloggio@ufc.br

Projeto: Diálogos entre a literatura e a filosofia: uma harmonia possível.

Descrição: A filosofia não deveria ser caracterizada por qualquer sistematicidade, ainda que, no decorrer de sua história, tenha sucumbido à tentação de esquadrinhar seus objetos, a ponto de defender, por exemplo, a verificabilidade de alguns resultados e negar, até mesmo, o próprio mundo. Muito pelo contrário: como não se vê ligada à coisa alguma, sujeita ou incorporada a algo do próprio real – Estado, família, religião, ciência –, ela se revela perturbadora e, por isso, fascinante. Não consola, porque não vaticina; e não pode ensinar a viver, pois que a contradição é algo inerente à vida. Logo, os impasses que é capaz de produzir são, antes e fundamentalmente, a prova cabal de que, na filosofia, o pensamento é tudo, já que “comum é a todos o pensar” (Heráclito): este mesmo, que sistematizando, ora aqui ora ali, mostrar não haver, em razão de sua circularidade, sistema algum a defender.

Essa ênfase dada ao ato de pensar, e nem tanto à poesia propriamente dita, é o que aproxima, de fato, a filosofia da literatura (as quais denominaremos, por extensão, disciplinas do pensamento). O pensamento, em sua circularidade mesma – de que Sócrates deu mostras inequívocas – como que deita por terra a pretensão de se edificar sistemas de representação impolutos, indevassáveis, definitivos. Sendo o ego pensante “um personagem escorregadio […], impalpável e impossível de ser apreendido” (Arendt), a argumentação que sustenta “não leva a lugar nenhum ou gira em círculos” (Arendt).

Assim, a aproximação da filosofia em relação à literatura, enquanto disciplinas do pensamento, deve ter como elemento norteador não a mera realização poética, mas, sobretudo, a atividade do ego pensante. O que nos leva a indagar sobre os ganhos dessa troca, que chamaremos harmônica, já que complementar, devido às interações realizadas na esfera do pensamento, o que justifica os objetivos deste projeto de pesquisa. A literatura há de contribuir, desse modo, com um conjunto de imagens e outras virtualidades, para que a crítica busque uma melhor configuração dos elementos literários em seu diálogo com um dado conceito ou determinação filosófica; por contrapartida, em que pesem as sistematizações, a filosofia vê-se então revigorada, vivificada, tal como a literatura, mas esta em suas particularidades temáticas e formais, aquela em seus princípios teóricos determinantes.

Essa interação se notabiliza pelos ganhos mencionados, mas também pela necessidade de ampliação do conhecimento filosófico em literatura. Não basta apenas inteirar-se, no todo ou em parte, das ideias desse ou daquele filósofo por intermédio de comentadores e teóricos, mas fazê-lo também de maneira direta para se ter conhecimento da sistematização de uma série de noções e princípios, presentes nas obras filosóficas.

Grupo de Estudos: Grupo de Estudo em Estética, Literatura e Filosofia (GEELF) – Às sextas-feiras, das 09:11 às 11:00 ; Sala 3 (Diadorim) do PPGLetras.

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