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Universidade Federal do Ceará
Programa de Pós-Graduação em Letras: Literatura Comparada

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Roseli Barros Cunha – (Permanente)

Roseli Barros Cunha – Dra./USP (2005)
Estágio Pós-Doutoral/UFMG (2017)
Currículo Latteshttp://lattes.cnpq.br/9060291920662699
Linha de Pesquisa 1 – Literatura/s, Linguagens e Outras Poéticas
Linha de Pesquisa 2 – Literatura: Tradição e Inovação
E-mail: roselibc@gmail.com

Projeto: Tradução e construções conceituais: estratégias para o entendimento das literaturas e culturas latino-americanas – segunda fase

Descrição:

O objetivo deste projeto é aprofundar o estudo de algumas das construções conceituais desenvolvidas por intelectuais latino-americanos e consagrados atualmente em todo o mundo e dos processos de tradução vigentes no subcontinente desde a chegada dos primeiros colonizadores. Na primeira etapa deste projeto foi possível verificar, em ambos os processos, algumas criações e reformulações de conceitos e processos tradutórios que se constituem como estratégias para o entendimento das literaturas e culturas da América Latina tanto para um público interno quanto externo a essa região.

O ponto de partida deste estudo foi a confluência das obras de três intelectuais: Ángel Rama, uruguaio; Fernando Ortiz, cubano e José María Arguedas, peruano. Desde meados da década de 1970, Rama esboçava o que viria a ser um de seus mais conhecidos conceitos, o de transculturación narrativa, a partir dos estudos de Ortiz sobretransculturación e de outros aportes críticos (CUNHA, 2005 e 2007). Em Transculturación narrativa en América Latina (1982), um estudo de maior fôlego, o uruguaio identifica a obra Los ríos profundos (1958), Arguedas como o caso exemplar de sua teoria. A partir da obra do autor peruano e de outras que foram difundidas com o fenômeno doboom literário latino-americano, vários outros conceitos foram propostos visando a apreender e compreender questões literárias culturais e socioeconômicas do subcontinente.

Por sua vez, Arguedas realizou traduções em suas pesquisas etnográficas e em obras literárias. Algumas de suas produções são baseadas em relatos recolhidos e traduzidos pelos primeiros colonizadores do que hoje é o Peru, de vários informantes que ele entrevistou em suas investigações, de histórias que ouvira em sua infância entre a comunidade indígena.  Portanto, esses vários tradutores, dentre eles Arguedas e os posteriores que traduziram obras bastante difundidas pelo boom, também usariam tal processo como estratégias para o entendimento da complexidade e diversidade latino-americana visando a um publico interno e externo ao subcontinente.

Ao longo da primeira etapa deste projeto, ao estudar a obra de Arguedas, principalmente, mas também em estudos relativo à América Latina, em geral, foi possível perceber a importância além das obras de Ángel Rama e de Antonio Candido também a da realizada pelo crítico peruano Antonio Cornejo Polar. Essa nova perspectiva também foi possibilitada pela bolsa que recebi para permanecer dois meses no Peru realizando pesquisas. Nesse período pude fazer contato com pesquisadores especializados nesse assunto e realizar pesquisas bibliográficas em renomadas instituições peruanas tais como Universidad Católica de Perú, Universidad Nacional Mayor San Marcos e Instituto Riva-Aguëro.

A leitura da obra Arguedas à luz da teoria de Rama nos fez chegar à obra de Cornejo Polar e seus estudos sobre a produção indigenista e seus desdobramentos. Ao nos depararmos com a produção do crítico peruano Antonio Cornejo Polar, que com seus estudos sobre o indianismo, indigenismo e neoindigenismo, desde o período colonial até em autores posteriores a José María Arguedas procurou entender a produção peruana e por extensão a relativa ao subcontinente assim como dialogou, ainda que tacitamente, com as obras de Ortiz, Rama e Candido. Deste modo ao final deste projeto chegamos à conclusão de que a pesquisa ganharia uma nova perspectiva e dimensão se à produção dos autores já estudados comparássemos a de Cornejo Polar.

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